Equipa ABIDE

A nossa equipa é constituída por investigadores de diferentes formações teóricas e metodológicas, combinando as Ciências Sociais e Naturais: sociólogos, antropólogos, geógrafos, biólogos da conservação, ecólogos, etnógrafos multiespécies, artistas. Pretendemos construir um espaço intelectual e emocional onde o diálogo entre disciplinas seja possível, onde o trabalho em equipa seja pautado por objetivos comuns, para lá de nós próprios e dos posicionamentos epistemológicos de cada um.

Verónica Policarpo

Investigadora Principal

Investigadora Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde coordena o Human-Animal Studies Hub e o curso de pós-graduação “Animais e Sociedade”. Em 2022, ganhou uma Bolsa de Consolidação do Conselho Europeu de Investigação (ERC) com o projeto ABIDE, para estudar como os animais recuperam de desastres, em particular incêndios florestais. É doutorada em Ciências Sociais (Sociologia) pelo ICS-ULisboa e os seus atuais interesses de investigação centram-se nas relações entre humanos e animais. Projetos anteriores incluem: “Liminal Becomings: reframing human-animal relations in natural disasters”, sobre animais em desastres; e “CLAN: Amizades entre Crianças e Animais: desafiando as fronteiras entre humanos e não-humanos nas sociedades contemporâneas”, sobre crianças e animais de companhia.

Filipa Soares

Investigadora

Doutorada em Geografia Humana pela Universidade de Oxford, licenciada e mestre em Antropologia (NOVA-FCSH). Os seus interesses de investigação centram-se nas políticas e dinâmicas da conservação da natureza e gestão ambiental, geografias mais-que-humanas e relações entre humanos e não-humanos no geral.

A sua tese de doutoramento centrou-se nas implicações sócio- e biopolíticas da renaturalização (rewilding) como novo modo de conceber e coreografar perturbações ecológicas, nomeadamente herbivoria, no Reino Unido. Participou em vários projetos ligados à dimensão sociocultural da conservação de espécies carismáticas (grandes predadores, aves de rapina diurnas e nocturnas) e, mais recentemente, à prevenção de incêndios em Portugal.

Kuai Shen

Investigador

Mediador artístico dos mundos das formigas, doutorado em etnografia multiespécies. A sua investigação empírica recorre a performances de base tecnológica e a táticas decoloniais para subverter as representações convencionais das formigas nos imaginários de investigação dominantes. Kuai desenvolve o conceito de estética invertida: a amplificação das relações inseto-humano e das capacidades sensoriais dos invertebrados em sintonia com as culturas, ecologias e políticas mais-que-humanas das ontologias indígenas.

O seu trabalho transversal com formigas foi publicado nas revistas Society and Animals, Antennae, Art&Australia, Acoustic Space e no livro Distributed Perception: Resonances and Axiologies. As suas obras artísticas foram comissionadas pelo Eli Broad Museum, FACT Liverpool, National Art Gallery Vilnius, House of Arts Brno e o Museu de Arte Contemporâneo de Quito.

Nuno Negrões Soares

Investigador

Biólogo com mais de 20 anos de experiência profissional com participação em projetos em Portugal, no Brasil, na Bolívia, no Paraguai e em Moçambique. Tem desenvolvido trabalhos à volta de temáticas como a ecologia e conservação da biodiversidade (em particular, mamíferos), conflitos entre humanos e fauna selvagem, monitorização de áreas protegidas, participação comunitária, comunicação de ciência e educação ambiental.

Chiara Beneduce

Bolseira de Doutoramento

Depois de terminar a licenciatura em Sociologia na Universidade de Sorbonne, Chiara obteve o mestrado em Humanidades Ambientais na Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais de Paris (EHESS). Em 2023, foi estagiária no Rachel Carson Center for Environment and Society, em Munique, e tornou-se coeditora do Arcadiana, um blogue sobre literatura, cultura e meio ambiente.  

Desde março de 2024, é doutoranda em Antropologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e membro da equipa do ABIDE. 

Os seus interesses de investigação são a antropologia ambiental, a literatura multiespécies e o storytelling.

Z. Ladin Cosgun

Bolseira de Doutoramento

Ladin é licenciada em Biologia (2019) e mestre em Ecologia (2022) pela Universidade de Hacettepem. Trabalhou no Laboratório de Ecologia do Fogo e Pesquisa de Sementes durante a licenciatura e no Laboratório de Ecologia Funcional, durante o mestrado. Estagiou no Centro ELKH de Investigação Ecológica na Hungria (2023) com financiamento da UE.

A sua tese de mestrado centrou-se na resposta vegetal e diversidade funcional em ecossistemas mediterrânicos a nível comunitário, utilizando uma abordagem de características funcionais. Desde março de 2024 é doutoranda em Antropologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e membro da equipa ABIDE. 

Interesses de investigação: biodiversidade, ecologia, ecologia vegetal, ecologia do fogo, ecologia funcional, ecossistemas de tipo mediterrânico, pradarias alpinas e estepárias, ecologia comunitária, gradientes ambientais e ecológicos.

Sara Silva

Bolseira de Mestrado

Sara é licenciada em Sociologia no Iscte-Instituto Universitário de Lisboa, onde se encontra atualmente a terminar o mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação. Em 2022, estagiou no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), onde trabalhou sobre desastres naturais associados a cheias e inundações. Focada nas dinâmicas sociais que decorrem nos media e com interesse em aprofundar a relação entre humanos e animais, em abril de 2024 integrou a equipa do ABIDE.

Áreas de interesse: Media, Cultura, Comunicação e Sociedade.

André Balças

Project officer

Licenciado em biologia pela Univerisdade do Algarve (UALG), com um percurso voluntário e profissional (2011-2020) por vários projetos dedicados à conservação da natureza em Portugal, no papel de técnico de investigação científica, técnico de trabalho de campo, tratador, monitor de atividades e educador ambiental.

Com formação em colaboração e ferramentas digitais, empreendedorismo e gestão de empresas, tem feito recentemente um percurso profissional na posição de gestão de projetos.

Consultoria científica

Danielle Celermajer

Professora de Sociologia e Criminologia na Universidade de Sydney, Austrália e Diretora (provisória) do Sydney Environment Institute. A sua investigação centra-se na Justiça Multiespécies, ou seja, no modo como os conceitos, as práticas e a institucionalização da justiça precisam de transformação para ter em conta as realidades ecológicas e o posicionamento ético de todos os seres da Terra.

David Redmalm

Professor Associado na divisão de Sociologia da Universidade de Mälardalen, Suécia. A sua investigação centra-se nas relações entre humanos e animais, tendo já abordado tópicos como gatos-robô, predadores urbanos, cemitérios de animais, escolas de equitação e o simbolismo do chihuahua na cultura pop anglófona.

Eben Kirksey

Professor Auxiliar de Antropologia na Universidade de Oxford, no Reino Unido. É especialista em etnografia multiespécies e tem investigado sobre algumas das histórias mais importantes do nosso tempo, relacionadas com a biotecnologia, o ambiente e a justiça social, na Ásia, no Pacífico e nas Américas.

Felipe Vander Velden

Professor Associado de Antropologia na Universidade Federal de São Carlos, Brasil, onde coordena o grupo de investigação Humanimalia. A sua investigação tem-se centrado nas relações entre humanos e animais – da caça à criação, do comércio ao conhecimento – em aldeias indígenas na Amazónia brasileira, trabalhando com os Karitiana (Tupi-Arikém) e Puruborá (Tupi-Puruborá).

Guilherme Sá

Professor Associado no Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília, no Brasil, onde coordena o Laboratório de Antropologia da Ciência e da Técnica. A sua investigação foca-se na área da antropologia da ciência e tecnologia, antropologia das naturezas e relações entre humanos e não-humanos no Brasil.

José Luís Zêzere

Professor Catedrático de Geografia Física no Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, em Portugal, onde é também Diretor do Centro de Estudos Geográficos. Especialista em geomorfologia aplicada, avaliação de perigos e riscos naturais, e ordenamento do território.

Susana de Matos Viegas

Antropóloga, Investigadora Principal com Habilitação no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), e Subdiretora do ICS desde julho 2023. Fez o doutoramento (2003) em Antropologia Social e Cultural na Universidade de Coimbra. Realizou pesquisa antropológica e foi coordenadora da Demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença (1997-2009). Os seus temas de pesquisa são sobre pessoa, parentesco, territorialidades indígenas, antepassados e historicidades no atlântico indígena, assim como, desde 2012 entre os Fataluku em Timor-Leste. Desde 2022 é diretora da revista Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America.

Thom van Dooren

Diretor-Adjunto do Sydney Environment Institute e Professor de Humanidades Ambientais na School of Humanities da Universidade de Sydney, Austrália. Filósofo de campo e escritor, a sua investigação e escrita centram-se nas muitas questões filosóficas, éticas, culturais e políticas que surgem no contexto da extinção de espécies e dos envolvimentos humanos com espécies e locais ameaçados.

Consultoria de ética

Christine Winter

Professora Associada de política ambiental, alterações climáticas, política multiespécies e indígena na Universidade de Otago, Nova Zelândia. A sua investigação centra-se no modo como a teoria política académica, particularmente as teorias da justiça, continuam a perpetuar injustiças junto de alguns grupos de pessoas (com foco nos Māori) e para o ambiente.

Julie Urbanik

Investigadora independente no campo das geografias animais e consultora enquanto geógrafa social especialista em defesa criminal. É uma geógrafa com formação qualitativa, interessada no modo como o lugar molda as relações éticas dos seres humanos entre si e com os animais não humanos.

Sevasti-Melissa Nolas

Professora no Departamento de Sociologia da Goldsmiths, Universidade de Londres. É uma socióloga visual mais conhecida pela sua investigação e prática sobre públicos infantis, culturas visuais infantis, arquivos infantis, etnografia multimodal e metodologias de criação de públicos.

Outras contribuições

Sádiya Munir

Sádiya Munir (ORCID0000-0003-2046-688X) é doutoranda em Estudos de Comunicação na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, com uma Bolsa de Estudo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia – FCT (2023.00951.BD). É mestre em Ciência Política e Relações Internacionais e licenciada em Relações Internacionais. É investigadora do CECC – Centro de estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica.

Colaborou como assistente de investigação no ABIDE de julho a setembro de 2023, recolhendo e analisando notícias (Público, Correio da Manhã, TVI e RTP) ocorridas de junho a outubro de 2022, sobre incêndios, desastres e animais em Portugal. A sua tese de doutoramento centra-se no consumo e evitamento de notícias por partes dos jovens adultos portugueses (18-24 anos).

As suas áreas de interesse são os media e a política, a comunicação política, as notícias e a democracia.

Parcerias

Eco-Amazónia

ECO é um projeto de investigação financiado pelo Conselho Europeu de Investigação da Comissão Europeia, desenvolvido no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que procura entender como diferentes produções culturais sobre a Amazónia dão voz a animais e plantas e revelam a interdependência entre humanos e não-humanos.

ECO desenvolve o conceito de zoofitografia, a fim de descrever a inscrição de seres não-humanos em diferentes culturas, descentralizando assim a humanidade como a única fonte de produção de sentido.

Num momento em que a Amazônia e os seus povos estão cada vez mais ameaçados pela exploração madeireira em larga escala e pelos incêndios florestais associados a indústrias extrativistas como mineração, exploração de petróleo, agronegócios, etc., que consideram a biosfera como um mero recurso ao serviço da humanidade, o projeto ECO pretende destacar outras visões, não imperialistas, sobre os animais e plantas da região.

CISE

O Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE) é uma estrutura do Município de Seia vocacionada para a promoção do conhecimento e divulgação do património ambiental da serra da Estrela, que apresenta como objetivos principais: promover atividades no âmbito da interpretação da natureza, apoiar a investigação científica, desenvolver projetos de educação ambiental e fomentar o turismo de natureza.

CERVAS

O Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS) localiza-se em Gouveia e é uma estrutura que pertence ao Parque Natural da Serra da Estrela / ICNF. É gerido pela Associação ALDEIA, com o apoio da ANA – Aeroportos de Portugal, Fundo Ambiental, Município de Gouveia e outros parceiros. O principal objetivo do centro é a receção de animais selvagens de espécies autóctones protegidas, feridos e debilitados, tendo em vista a sua recuperação e devolução à Natureza. Em paralelo são desenvolvidos trabalhos de investigação, monitorização e vigilância de fauna selvagem, e ainda Educação Ambiental, visando contribuir para um maior conhecimento da população sobre a biodiversidade.

 construir uma equipa interdisciplinar baseada na abertura, compreensão e suporte mútuo, onde todos possam florescer

Financiado pela União Europeia (ERC, ABIDE, n.º 101043231). Os pontos de vista e opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade do(s) autor(es) e não refletem necessariamente a posição da União Europeia ou da Agência Executiva do Conselho Europeu de Investigação. Nem a União Europeia, nem a autoridade financiadora podem ser responsabilizadas pelos pontos de vista e opiniões expressas neste site.